Deus Age na História

Teologia Católica da Reparação

A teologia Católica Romana da reparação de alguma forma se compara com a interpretação da teologia da Unificação da restituição através de indenização. Para os Católicos, a reparação transmite dois significados:

1) o ato de reparar o dano ao relacionamento original entre o homem e Deus e restaurar os homens para a amizade com seu Criador, e

2) compensação por qualquer injúria feita a outro humano ou Deus. Portanto, em teologia a reparação se refere a reparar insultos feitos a Deus por causa dos pecados dos homens.

Anselmo de Canterbury definiu o pecado como uma afronta à honra de Deus pela qual Ele demanda uma desculpa e explicação. Consequentemente, Anselmo interpretou redenção como esclarecimento do homem pelo insulto que Adão fez à autoridade legítima de Deus. Ao pecar, Adão e Eva traíram seu juramento de lealdade ao seu Criador.

A teologia Católica de reparação trata o pecado como uma injúria pessoal ou insulto a Deus. Ao pecar, o primeiro casal negou a seu Criador a lealdade e obediência absoluta que Ele merece. Assim, eles insultaram pessoalmente a majestade de Deus. Além disso, sendo que Adão e Eva representavam toda a humanidade, sua desobediência alienou todos os futuros homens de Deus. Como um descendente de Adão e Eva, todo ser humano está envolvido neste ato traiçoeiro e rebelde contra a soberania divina. No pecado de Adão todos pecamos, declararam os teólogos medievais.

Por causa do pecado, a humanidade está sujeita tanto à culpa como à punição pela injúria feita a Deus. A culpa separa o homem de Deus. A fim de remover a inimizade de Deus e aplacar Sua ira, o homem deve pagar compensação. Pecado é seguido por uma punição. Para obter perdão deve ser feita reparação. No Velho Testamento, descobre-se que uma íntima conexão existe entre pecado e retribuição (Num. 16:25-35, Salm. 78, Jer. 15:1-9). Como pecado é uma ofensa pessoal contra Deus, ele torna o homem Seu inimigo. Pecado pode matar a alma e entregar o pecador à escravidão satânica. Além disso, dizem os teólogos Católicos Romanos, o pecador incorre em dívida com Deus que deve ser paga.

Como o homem cancela sua dívida com Deus? Como ele muda de ser inimigo de Deus para ser Seu amigo? O Judaísmo no período do Velho Testamento indicou vários tipos de atos expiatórios como meio de reconciliação, tais como ofertas de sacrifícios, jejum, esmolas e formas de penitência. Durante o período Helênico, o martírio também era considerado especialmente de grande mérito como um ato expiatório.

Os cristãos assumiram estas ideias judaicas como forma para explicar como a morte de Jesus remove as barreiras entre homens e Deus. Cristo sofreu a ira de Deus no lugar e em nome dos pecadores, era dito. Ou para colocar de uma forma menos censurável, Cristo estava destinado a expiar pela Queda como resultado de seu amor, obediência e humildade ao submeter-se ao sofrimento da crucificação.

Como Cristo tirou os pecados do mundo? Invertendo o curso tomado por Adão. Enquanto Adão estava cheio de orgulho, Cristo se tornou a encarnação da humildade. Enquanto Adão foi desobediente aos comandos de Deus, Cristo permaneceu obediente mesmo na morte na cruz. Assim, Cristo reconciliou os homens a Deus invertendo o curso de Adão e exemplificando as virtudes do Servo Sofredor, nos dizem os Católicos.

O Novo Testamento ensina que todos os cristãos deveriam seguir o caminho de reparação tomado por Jesus. Ele é um exemplo a ser imitado. Ele aponta o caminho para a vida eterna. Isto implica que nós, como ele, somos chamados para remover o fardo de culpa causada pelo pecado, e restaurar todas as coisas à sua bondade original. Reparação por nossa parte, teólogos Católicos insistem, pode ser alcançada através da obediência aos mandamentos da Igreja como também os atos religiosos especiais de auto abnegação e ardente piedade. A interpretação do Princípio Divino de restauração através de indenização se torna de alguma forma esclarecido quando visto no contexto da antiga fé e prática cristã, embora existam algumas diferenças importantes.


1 Baseado nos artigos “Reparation, duty of” e “Reparation, theology of” na New Catholic Encyclopedia.