Politicamente Correto
Atualmente, na maioria dos casos, ações “politicamente corretas” disfarçam e mascaram a ignorância, a incompetência e a omissão sobre questões da natureza humana que demandam maior empenho e conhecimento mais profundo e amplo.
A prática de defender e manter direitos duvidosos e promover interesses questionáveis jamais deveria ter abdicado da exigência de profundo entendimento dos deveres do ser humano.
Como notório exemplo desta prática, citamos as campanhas de prevenção à AIDS em nosso país, principalmente nos períodos do Carnaval. Denominadas de ações de prevenção “politicamente corretas” se defende o direito de todo cidadão poder manter suas relações sexuais indiscriminadamente, afinal é da natureza humana, e para o exercício desse direito, ao custo social de R$ 900 milhões para o Ministério da Saúde somente no carnaval 2014, são distribuídos entre outras coisas, camisinhas. O título da campanha é “Se tem festa, tem que ter camisinha.” Essa é a “campanha educativa politicamente correta” que enfatiza a festa com sexo, e que não discute nenhum ponto sobre comportamento responsável.
Para dar credibilidade a essa postulação, são citados alguns sexólogos que apregoam a importância da iniciação sexual do adolescente, mas que “ignoram” as consequências desta postulação, principalmente quando falamos sobre os números de casos de gravidez indesejada, DST e AIDS entre os jovens, e o resultante custo social disto.
Outro paradoxo das ações politicamente corretas, consiste justamente em não reconhecer a existência ou a intensidade dos problemas de nossa sociedade. Isto parece-me, ironicamente, uma atitude ‘politicamente incorreta.’
Quando observamos o padrão de ações politicamente corretas no contexto da família, essas ações se referem a fazer ou falar sempre a coisa certa, na hora certa, para a pessoa certa, sem rodeios e censuras. A ação na família sempre se reveste de amor, seja em um gesto ou palavra de carinho como também de repreensão. A responsabilidade de quem orienta e conduz é demasiadamente pesada diante da possibilidade de incorrer-se em um erro, e por isso, surge nesse modelo o verdadeiro conceito de ação politicamente correta.
Lamentavelmente, esse modelo de comportamento politicamente correto não se aplica à realidade social, pois o excesso de adulação, permissividade e tolerância que visam “não magoar os sentimentos” tem caracterizado a omissão irresponsável na ordenação equilibrada e estável da estrutura social humana.
Os custos sociais e financeiros destas atitudes “politicamente corretas” dos “formadores de opinião” sempre recaem sobre os ombros das pessoas e entidades que estão verdadeiramente comprometidas com essas questões, e também com o combate das mazelas ocasionadas pelos “agentes politicamente corretos”.
Podemos observar que o politicamente correto manifesta-se na forma de processualística desnorteada ou mal intencionada, associada a um neoliberalismo romântico e demagogo, e que sempre parece ter conclusões distorcidas a partir de conceitos vazios.
Enfim, para calibrar as ações politicamente corretas, sugerimos a utilização de valores já comprovadamente eficazes que regem o modelo familiar ideal e original, e certamente obteremos resultados também eficazes e duradouros.
Marcos Antonio Alonso é paulista, casado, 55 anos, formado em Administração de Empresas pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná, MBA em Marketing for Business Advancement pela Universidade Federal do Paraná, MBA em Gestão de Negócios Financeiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Federal do Paraná e é formado em Teologia pela Faculdade de Teologia da Unificação.