Uma Teologia da História
Concordando com a herança judaico-cristã, a teologia da Unificação afirma que a história se move na direção de um objetivo positivo. De acordo com a Bíblia, Deus criou Adão e Eva para serem os Verdadeiros Pais da humanidade. Se eles tivessem continuado em comunhão com Deus e resistido à tentação de Lúcifer, seus descendentes teriam habitado no reino do céu ideal na terra, simbolizado no Gênesis pelo jardim do Éden. Portanto, o propósito de Deus para a humanidade é que cada indivíduo viva uma vida útil e alegre, e que todo o nosso mundo esteja preenchido com justiça, harmonia e paz.
A despeito de toda a tolice, injustiça e busca egoísta do prazer pelo homem, Deus ainda está determinado a realizar Seu propósito original de criação. Independente de nossos pecados, o amor de Deus permanece firme. Assim, Ele tem direcionado o curso da história a fim de restaurar o homem e a natureza ao seu estado original. 20
Teologia Apocalíptica e Moderna
Sendo que Jesus pregava as boas novas do reino que estava próximo, qual significado sua mensagem tem hoje? Vamos examinar brevemente cinco visões contrastantes do apocalipticismo de Jesus.
1. A mensagem escatológica de Jesus não é uma parte essencial de seus ensinamentos, alguns dizem. Mesmo se a visão de mundo apocalíptica fosse provada falsa, isto de nenhuma forma afeta o núcleo da fé cristã. Por exemplo, Harnack acreditava que a esperança escatológica obsoleta dos primeiros cristãos poderia ser descartada sem afetar a essência do Cristianismo. O que o erro apocalíptico tem a ver com a paternidade de Deus, o valor infinito de cada alma humana e a fraternidade do homem que era a mensagem real de Jesus? 13
A Consumação da História
Em 1960, estudiosos bíblicos e teólogos ficaram surpresos pelo pronunciamento do crítico do Novo Testamento Ernst Kdsemann que a apocalíptica era a mãe de toda teologia cristã. 1 Este anúncio produziu uma agitação de entusiasmo porque, se verdadeiro, isto significaria um ponto de mudança principal em nosso entendimento da fé cristã. O choque aumentou quando a teologia de Wolfhart Parmenberg obteve apoiadores, porque insistia que no conceito apocalíptico da história era a base tanto para 2 a fé cristã como o pensamento do homem moderno sobre o futuro. Kdsemann e Pannenberg geraram uma renascença apocalítica positiva entre os teólogos alemães mais jovens.
João Batista
Malaquias, o profeta do Velho Testamento, predisse o retorno de Elias antes do advento do Messias: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (4:5). Elias tinha derrotado todos os falsos profetas em sua grande luta em nome de Yahweh no Monte Carmelo. 44 Sua missão tinha sido subjugar Satanás (manifestado no culto silencioso de Baal) e expulsar o mal de Israel para sempre. Mas depois de sua morte, os israelitas reuniram-se com Satanás para adorar ídolos. Portanto, a obra de Elias tinha que ser refeita. Para preparar para o Messias, outro campeão espiritual como Elias era necessário, como Malaquias profetizou. Assim, a esperança escatológica frequentemente incluía um retorno de Elias antes da chegada do Messias. 45
De acordo com as tradições Sinópticas, Jesus pensava sobre João Batista como o Elias esperado. Lucas relata que um anjo disse ao pai de João, Zacarias, que seu filho seria ungido com “o espírito e poder de Elias ... para preparar ao Senhor um povo bem disposto” (1:16, 17). 46
Jesus e o Reino de Deus
A pregação de Jesus era dominada por sua fé na vinda do reino de Deus. Ele era principalmente um profeta escatológico, proclamando que o reino de Deus estava chegando (Marcos 1: 14, 15). Quase todos os estudiosos modernos do Novo Testamento reconhecem este fato. 34 Como Schweitzer declarou, a busca pelo Jesus histórico deve acabar com uma escatologia consistente ou ceticismo completo. Se Jesus de Nazaré não era um arauto da iminente era messiânica, então não sabemos nada sobre ele. 35
O que isto significa? Para alguns estudiosos, 36 primeiro, isto implica que o próprio Jesus não era o foco central de seu próprio ministério. Ele não pregou sobre ele mesmo, mas sobre o advento do reino de Deus. Ele assumia que seus ouvintes conheciam sobre a esperança escatológica e que eles esperavam sua chegada. Assim, para entendermos a missão de Jesus, devemos reconhecer que ele veio a serviço do reino esperado de Deus.
O Jesus Histórico
O Novo Testamento fornece praticamente a única informação confiável que temos sobre Jesus, mas ao longo do livro seus materiais são altamente coloridos pelas doutrinas e culto das igrejas posteriores. 21 Mesmo assim, para um crítico bíblico contemporâneo como Gfinther Bornkamm, é ainda possível recuperar “o esboço” da pessoa e história de Jesus. 22
Bornkamm, um estudioso do Novo Testamento em Heidelberg e um discípulo de Bultmann, publicaram a primeira vida integral de Jesus na “nova busca” pelo Jesus histórico depois da Segunda Guerra Mundial. O Professor Norman Perrin, o notável estudioso bíblico, elogiou o Jesus of Nazareth de Borrikamm como uma “magnífica” pintura da vida e ensinamentos de Jesus, e facilmente “o melhor livro sobre Jesus disponível atualmente.” 23 Por esta razão resumimos as conclusões de Bornkamm.