Ofereça para Mim Traduções…

A maioria dos Unificacionistas e famílias abençoadas me conhece como alguém que faz traduções de palavras dos Verdadeiros Pais, mas os motivos e razões que me levaram a conduzir e empreender este “Ministério da Palavra” são conhecidos em detalhes apenas por minha amada esposa Teresa e meus lindos filhos, e também por pouquíssimos irmãos e irmãs mais próximos com os quais compartilhei algumas experiências do início.

Incentivado por estas pessoas que ouviram meus relatos, e que acreditam na importância de compartilhar essas experiências como inspiração e motivação para todos os que seguem os ideais dos Verdadeiros Pais, estou fazendo este breve relato sobre como e porque comecei e empreendi este trabalho que alcançou uma década de existência.

Eu trabalho em uma das maiores instituições financeiras deste país, e entre os anos de 2001 e meados de 2005, eu estava atuando na área de negócios internacionais, onde era exigido conhecimento do idioma inglês. Confesso que no início meu conhecimento era básico, e em função desta minha deficiência, fui incentivado por um superior, a quem sou muito grato também, a fazer um curso de aprofundamento que durou em torno de um ano e meio. Meu superior na época percebeu que eu tinha potencial de crescimento e me orientou a concorrer à uma bolsa de estudo do idioma inglês avançado. Meu curso foi integralmente patrocinado pela empresa, e no final tive que me submeter à uma prova para obter uma certificação denominada Bullats fornecida pela Universidade de Cambridge.

No início do curso e até pouco tempo antes da minha certificação, eu acreditava que este era um processo que me ajudaria a crescer naquela área na qual atuava. Quando conclui o curso e obtive a certificação, eu já havia sido remanejado para outra área de atuação. E para ficar bem mais claro que esse aprofundamento do idioma não era para “meu” proveito profissional, depois de mais algum tempo fui novamente remanejado para uma outra área, especificamente para a área de agronegócios, onde estou até este momento, e onde meu conhecimento e aprofundamento do idioma inglês não tem nenhuma utilidade. Nesta área que atuo até o momento, tive o incentivo para concluir um MBA em Marketing pela Universidade Federal do Paraná e outro MBA em Gestão Financeira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Então começou a acontecer uma sequência lenta e paulatina de eventos que deram início a um processo que hoje, quando olho para trás, posso claramente perceber o objetivo, mas que, confesso sem medo, naquela época não tinha capacidade de concatenar o que estava acontecendo.

Sendo que no movimento do Brasil não tínhamos quase nada em português a partir das palavras dos Verdadeiros Pais até aquela época, comecei a buscar mais literatura com as palavras dos Verdadeiros Pais, principalmente em inglês através da internet, para dar algum propósito para o idioma que tinha estudado com tanta dedicação, e que estava meio sem finalidade.

Comecei a ler e compartilhar em casa com minha esposa e filhos, e este foi um tempo muito bom, porque eu estava mais presente na vida e nos momentos deles. Digo isso, porque com o avançar dos eventos que relatarei adiante, sinto que fui muitas vezes ausente para minha esposa e filhos, colocando muito mais atenção ao trabalho que veio na sequência. Peço perdão por minha ausência, e agradeço profundamente sua paciência e compreensão, Teresa, Maitê, Mateus, e Marcus Vinicius.

Por volta de 2006, uma irmã inglesa chamada Brigitte, através de outra irmã aqui do Brasil, me procurou para propor uma tarefa, uma missão, um desafio. A irmã Brigitte estava na Coreia e coordenava um blog na internet onde era divulgado e disponibilizado os sermões proferidos na sede mundial pelo presidente mundial da igreja naquela época. Havia vários espaços para vários tradutores de outros idiomas onde os sermões semanais proferidos em inglês eram posteriormente traduzidos e disponibilizados. Eu senti muito receio, porque nunca tinha feito nada assim antes. No máximo assistir algum orador falando em inglês, e entender para mim mesmo, ou compartilhando algo que conseguia acompanhar e traduzir. Mas isso era algo muito grande, muito além do que eu me sentia capaz de fazer. Hoje falo isso com muita certeza do que estou falando. Mas agradeço muitíssimo essa irmã, que insistiu, foi paciente comigo, e acabou me convencendo. Aproveito para dizer que hoje entendo como Deus utilizou essa irmã a dar início a este processo. Sou imensamente grato a ela.

Por fim, ela me incluiu no blog, criou um login de administrador para mim, me deu uma senha, e confiou em mim… Nesse blog tinha vários irmãos traduzindo para seus respectivos idiomas. E eu estava lá fazendo isso para o idioma português. Para meus irmãos e irmãs unificacionistas do idioma português do mundo. Lembro de uma frase que essa irmã me disse, a qual utilizo até hoje como norteadora do meu trabalho de tradução. Ela me disse, “Faça como se estivesse fazendo para sua esposa e seus filhos.”  Apesar de já ter passado mais de uma década, e talvez quem sabe eu tenha evoluído “um pouquinho”, ainda faço dessas palavras meu lema de trabalho: Eu traduzo com o amor e carinho que tenho por minha esposa e por meus filhos.”

No início eu sempre era o último dos tradutores a disponibilizar o sermão daquela semana, porque sentia no início muita dificuldade de ouvir, entender, traduzir, construir as frases com coerência, dar sentido em português ao que estava sendo dito no sermão, não distorcer o conteúdo e mensagem pretendido pelo orador, enfim… como eu disse no início, tudo isso fez parte do meu treinamento. Essas sempre foram, e continuam sendo, preocupações constantes para mim: ouvir, entender, traduzir, construir as frases com coerência, dar sentido em português ao que estava sendo dito no sermão, não distorcer o conteúdo e mensagem pretendido pelo orador. No final, eu trabalhei nesta empreitada até 18 de julho de 2010, chegando a cento e cinquenta sermões traduzidos, que juntos somam 1553 páginas, e me tornando um dos tradutores mais rápidos daquele blog. Continuei perdendo para os japoneses e coreanos, é claro, mas não me sinto inferiorizado por isso.

Com o término desse trabalho, eu já estava envolvido em outros projetos de tradução aqui mesmo no Brasil, e também com o meu site www.unificacionista.com no ar. A própria criação do site em 2008 para divulgação dos conteúdos a partir das palavras dos Verdadeiros Pais está também envolvida em várias experiências espirituais, mas não vou detalhar sobre isso, porque o objetivo deste relato é especificamente o trabalho das traduções. Também gostaria de citar que fui convidado pelo querido e valoroso irmão Reverendo Christian para trabalhar na tradução e revisão do Princípio Divino disponível atualmente. Sou imensamente grato a ele por ter me permitido contribuir neste projeto. São dois capítulos da Parte 1 e toda a Parte 2 incluídos no livro do Princípio Divino a partir da minha tradução. Tive muitas experiências espirituais lendo e traduzindo a partir da versão em inglês utilizada pelos tradutores.

Mas até este ponto eu realmente acreditava que estava dando algum propósito para minha formação e conhecimento, que estava tornando público um conhecimento que a princípio parecia ter sido para um propósito pessoal e profissional. Nesta época eu estava concentrado em traduzir alguns sermões do Verdadeiro Pai para poder disponibilizar no meu site. Algumas apostilas também foram traduzidas neste período como manuais para bênção, apostilas e pequenos textos.

Mas tudo isso era apenas preparação. Era apenas treinamento. E este ser humano acreditando que estava realizando alguma coisa que impactaria a providência de Deus para o idioma português. O que vou relatar a partir daqui é de conhecimento de pouquíssimas pessoas, como mencionei no início, mas tem estado presente a todo momento em minha mente. Não tenho como esquecer o que experimentei e vivenciei.

Então o Verdadeiro Pai apareceu para mim. O ano foi 2008. Eu não estava dormindo ou sonhando, não estava em transe, não sei nem mesmo explicar como, mas ele estava lá. E ele olhou para mim e simplesmente me disse: “Ofereça para Mim Três Livros Traduzidos.”

Neste ponto eu invoco sua empatia para tentar se colocar na minha posição e situação. Confesso do fundo do meu coração que eu me senti muitíssimo desconfortável. Eu não sabia o que fazer, não sabia o que falar, não sabia como agir, afinal estávamos ele e eu, e pronto. Não me lembro se inclinei para ele. Imagine uma pessoa desconsertada diante da situação. Só lembro a voz dele dizendo: “Ofereça para Mim Três Livros Traduzidos.”  Eu só lembro que fiquei em pânico porque ERA O NOSSO PAI na minha frente, e ele me pediu “TRÊS LIVROS TRADUZIDOS.”  Como posso ousar dizer que é um pedido, porque a partir do Verdadeiro Pai, para mim sempre será UMA ORDEM, UM COMANDO. Mas por outro lado, são TRÊS LIVROS, e é claro, como um homem decaído, eu pensei que era demais. Não dá…eu não tenho tempo! E o meu trabalho? E a minha esposa? E meus filhos que ainda eram pequenos e precisavam da minha presença? Enfim, na minha mente havia um CONFLITO. É o Nosso Pai…, mas são três livros…

Muitas dúvidas, questionamentos, incertezas… Estou ficando louco? É isso mesmo? Eu vou ter que traduzir sozinho? Alguém pode me ajudar? Mas para não parecer desrespeitoso (mais do que acredito ter sido diante do Pai) eu perguntei: “Quem deve traduzir e quais livros?” Então a resposta para essa pergunta específica veio a partir de mim mesmo: “Você vai buscar e traduzir.” Foi muito breve, mas uma experiência muito poderosa e impactante. Mas o Pai falou de forma imperativa. Como vou discutir ou negar? Não dá! O primeiro livro que foi “indicado” quando comecei a buscar é o livro A Vontade de Deus e o Mundo. Este livro tem 494 páginas na versão digital. Então veio o segundo. E então veio o terceiro. Não vou detalhar todos os livros para não se tornar cansativo, mas me concentrar aos eventos que se sucederam, que acredito serem mais importantes neste relato. Então minha esposa me orientou a imprimir e encadernar estes livros, e ofertar diante do altar em nossa casa para encerrar e concluir minha missão. (Hoje eu tenho todos eles impressos e encadernados.)

Fiz como ela orientou. Inclinei, orei e segurei os três livros diante da foto. Então o Pai falou de dentro da foto: “Ofereça para Mim Doze Livros Traduzidos.” Eu chamei a Teresa e falei que o Pai estava me pedindo Doze Livros… Doze livros traduzidos? Uma coisa são três livros, outra coisa são doze… Quanto tempo para entregar? Tem prazo? Nenhuma reposta, apenas a frase: “Ofereça para Mim Doze Livros Traduzidos.”

Para resumir, eu fiz a tradução destes livros, doze livros, e no final da tradução dos doze livros, fiz o mesmo processo, e aconteceu de novo. O pedido foi: “Ofereça para Mim Vinte e Um Livros Traduzidos.”  E no final da tradução dos vinte e um livros, o Pai falou para mim: “Ofereça para Mim Quarenta Livros Traduzidos.” E por fim, quando finalizei os quarenta livros, o Pai não veio mais até mim. Acreditei que meu trabalho havia terminado.

Antes de seguir no relato dessas experiências, gostaria de comentar algumas coisas relevantes para mim durante esta década de trabalho. Ao olhar para a relação dos quarenta e oito livros que traduzi até hoje, é notório a evolução e crescimento da qualidade do trabalho.

Acredito que um dos grandes desafios que enfrentei foi a tradução do livro “Novas Essências do Pensamento de Unificação.” Mas eu enfrentei! Não é que os demais não tenham sido desafiadores. Todos possuem peculiaridades de temas, abordagens, contextos e exemplificações que o Verdadeiro Pai utilizou que sempre me desafiaram na busca de manter a qualidade, fidelidade e coerência da mensagem.  Mas especificamente o livro Novas Essências do Pensamento de Unificação” me desafiou mais profunda e intensamente por que, além de ser constituído de muitos termos e citações técnicas de uso comum no meio científico, que demandaram muito mais tempo de pesquisa do que tradução, ainda me desafiou a manter a linguagem espiritual e emocional da verdade do Princípio contida em seus textos. Sou particularmente apaixonado por esse trabalho, e dá para notar como tenho orgulho dele.

Na verdade, sou apaixonado por cada um destes “filhos” que produzi ao longo desta década. Cada livro, cada página, cada frase, foi uma experiência pessoal com o próprio Verdadeiro Pai. Muitas vezes enquanto lia e estudava determinado tema a ser traduzido, eu consegui visualizar o Pai falando aquilo, vendo seu rosto suado, seus gestos firmes, seu amor infinito. Para quem tem lido os livros na sequência cronológica que tenho traduzido, pode-se verificar a evolução da qualidade da minha tradução. Eu mesmo reconheço que no início, meu método e experiência era rudimentar, mas com o avançar dos livros, pude experimentar a ajuda espiritual de sábios e santos que traziam frases melhores e mais fiéis à minha mente, quando eu tentava me segurar apenas no meu conhecimento técnico do idioma inglês.

Neste ponto, elevo meu agradecimento aos bons homens espirituais que me auxiliaram, e auxiliam, neste trabalho e ministério. Eu tenho certeza dessa ajuda, como tenho certeza que tudo isso saiu da dedicação e amor pelo trabalho que desempenhei até hoje, apesar de ter ouvido rumores no meio unificacionista do Brasil de que eu estaria pagando outras pessoas para fazer esse trabalho. Confiante na qualidade e entendimento que desenvolvi com relação às palavras dos Verdadeiros Pais, declaro com muita certeza, que nunca delegaria esse trabalho que fiz para alguém que não tivesse o mesmo conhecimento técnico, como também o mesmo amor e fidelidade aos conteúdos destas sagradas palavras. Não encontrei essas pessoas. Acho que o Pai também não. Por isso, ele solicitou essa oferta para um pecador como eu! Sou pecador, tenho muitas naturezas decaídas, mas sou obediente ao comando que recebi. E digo mais, nunca cobrei nada por isso. Tudo que tenho feito, tem sido movido pelo amor e respeito que temos pelos Verdadeiros Pais, eu, a Teresa, a Maitê, o Mateus, e o Marcus Vinicius.

Dando sequência ao relato, quando cheguei na marca dos 40 livros traduzidos, publiquei uma declaração de que eu iria parar. Talvez algumas pessoas se lembrem dessa minha declaração. Acho que ela ainda está publicada na página Ministério Unificacionista no facebook. Eu entendi que havia terminado “minha oferta” demandada. Principalmente porque sei os sacrifícios aos quais submeti minha família, minha esposa e meus filhos.

Também sei que praticamente destruí minha visão com as infinitas horas debruçado no computador para concluir o trabalho até altas horas. Foram inúmeras as vezes que avancei na hora para terminar determinado tema ou capítulo. Foram também inúmeras as vezes quando fui me deitar, minha esposa já estava dormindo. Muitas vezes deixei de lado alguns momentos com meus filhos. Mas apesar de tudo isso, sou muito grato aos Verdadeiros Pais por permitirem que um pecador como eu pudesse ler e estudar conteúdos tão profundos e elevados como esses que pude traduzir. Também posso ser grato por ver como tudo isso permitiu que o amor entre nós, eu, minha esposa e meus filhos, se aprofundou e solidificou. Posso dizer que minha vida foi transformada em vários aspectos por essas experiências vivenciadas, com as palavras que são para mim, a encarnação dos Verdadeiros Pais.

Hoje, depois de dez anos, temos 48 livros, já estou trabalhando em mais dois livros, o site www.unificacionista.com no ar por mais de dez anos também, um site para jovens, o www.unificationisteen.com conduzido por minha filha Maitê, uma página no facebook, e um canal no youtube com mais de setenta vídeos de conferências feitos por meu filho Mateus, que elaborei a partir dos livros traduzidos onde encontrava temas que me tocavam ao longo das traduções. E hoje sinto que conseguimos implementar o Ministério da Palavra.

Este é um breve e resumido relato do que tem sido minha vida de traduções durante esta década desde 2008, a partir daquele encontro inesquecível. Espero que este relato possa servir de inspiração e motivação, como pretendido pelas pessoas que me acompanharam ao longo desde período. Peço perdão pelas traduções que possam ter deixado a desejar no início, peço compreensão pelas minhas limitações e ignorâncias que possam ter maculado algum conteúdo e mensagem, e ofereço o melhor de mim para este trabalho, e digo que sempre faço as traduções com muito amor e carinho, o mesmo amor e carinho que tenho por minha esposa e por meus filhos.

Muito obrigado!

Marcos Alonso (2019)

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

(Carta do apóstolo Paulo aos Filipenses 2:3-11)

Marcos Antonio Alonso é paulista, casado, 55 anos, formado em Administração de Empresas pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná, MBA em Marketing for Business Advancement pela Universidade Federal do Paraná, MBA em Negócios Financeiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Federal do Paraná e é formado em Teologia pela Faculdade de Teologia da Unificação.