Teologia Católica da Reparação
A teologia Católica Romana da reparação de alguma forma se compara com a interpretação da teologia da Unificação da restituição através de indenização. Para os Católicos, a reparação transmite dois significados: 131) o ato de reparar o dano ao relacionamento original entre o homem e Deus e restaurar os homens para a amizade com seu Criador, e 2) compensação por qualquer injúria feita a outro humano ou Deus. Portanto, em teologia a reparação se refere a reparar insultos feitos a Deus por causa dos pecados dos homens. 20
O Jesus Histórico
O Novo Testamento fornece praticamente a única informação confiável que temos sobre Jesus, mas ao longo do livro seus materiais são altamente coloridos pelas doutrinas e culto das igrejas posteriores. 21 Mesmo assim, para um crítico bíblico contemporâneo como Gfinther Bornkamm, é ainda possível recuperar “o esboço” da pessoa e história de Jesus. 22
Bornkamm, um estudioso do Novo Testamento em Heidelberg e um discípulo de Bultmann, publicaram a primeira vida integral de Jesus na “nova busca” pelo Jesus histórico depois da Segunda Guerra Mundial. O Professor Norman Perrin, o notável estudioso bíblico, elogiou o Jesus of Nazareth de Borrikamm como uma “magnífica” pintura da vida e ensinamentos de Jesus, e facilmente “o melhor livro sobre Jesus disponível atualmente.” 23 Por esta razão resumimos as conclusões de Bornkamm.
Jesus e o Reino de Deus
A pregação de Jesus era dominada por sua fé na vinda do reino de Deus. Ele era principalmente um profeta escatológico, proclamando que o reino de Deus estava chegando (Marcos 1: 14, 15). Quase todos os estudiosos modernos do Novo Testamento reconhecem este fato. 34 Como Schweitzer declarou, a busca pelo Jesus histórico deve acabar com uma escatologia consistente ou ceticismo completo. Se Jesus de Nazaré não era um arauto da iminente era messiânica, então não sabemos nada sobre ele. 35
O que isto significa? Para alguns estudiosos, 36 primeiro, isto implica que o próprio Jesus não era o foco central de seu próprio ministério. Ele não pregou sobre ele mesmo, mas sobre o advento do reino de Deus. Ele assumia que seus ouvintes conheciam sobre a esperança escatológica e que eles esperavam sua chegada. Assim, para entendermos a missão de Jesus, devemos reconhecer que ele veio a serviço do reino esperado de Deus.
João Batista
Malaquias, o profeta do Velho Testamento, predisse o retorno de Elias antes do advento do Messias: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (4:5). Elias tinha derrotado todos os falsos profetas em sua grande luta em nome de Yahweh no Monte Carmelo. 44 Sua missão tinha sido subjugar Satanás (manifestado no culto silencioso de Baal) e expulsar o mal de Israel para sempre. Mas depois de sua morte, os israelitas reuniram-se com Satanás para adorar ídolos. Portanto, a obra de Elias tinha que ser refeita. Para preparar para o Messias, outro campeão espiritual como Elias era necessário, como Malaquias profetizou. Assim, a esperança escatológica frequentemente incluía um retorno de Elias antes da chegada do Messias. 45
De acordo com as tradições Sinópticas, Jesus pensava sobre João Batista como o Elias esperado. Lucas relata que um anjo disse ao pai de João, Zacarias, que seu filho seria ungido com “o espírito e poder de Elias ... para preparar ao Senhor um povo bem disposto” (1:16, 17). 46
A Consumação da História
Em 1960, estudiosos bíblicos e teólogos ficaram surpresos pelo pronunciamento do crítico do Novo Testamento Ernst Kdsemann que a apocalíptica era a mãe de toda teologia cristã. 1 Este anúncio produziu uma agitação de entusiasmo porque, se verdadeiro, isto significaria um ponto de mudança principal em nosso entendimento da fé cristã. O choque aumentou quando a teologia de Wolfhart Parmenberg obteve apoiadores, porque insistia que no conceito apocalíptico da história era a base tanto para 2 a fé cristã como o pensamento do homem moderno sobre o futuro. Kdsemann e Pannenberg geraram uma renascença apocalítica positiva entre os teólogos alemães mais jovens.
Teologia Apocalíptica e Moderna
Sendo que Jesus pregava as boas novas do reino que estava próximo, qual significado sua mensagem tem hoje? Vamos examinar brevemente cinco visões contrastantes do apocalipticismo de Jesus.
1. A mensagem escatológica de Jesus não é uma parte essencial de seus ensinamentos, alguns dizem. Mesmo se a visão de mundo apocalíptica fosse provada falsa, isto de nenhuma forma afeta o núcleo da fé cristã. Por exemplo, Harnack acreditava que a esperança escatológica obsoleta dos primeiros cristãos poderia ser descartada sem afetar a essência do Cristianismo. O que o erro apocalíptico tem a ver com a paternidade de Deus, o valor infinito de cada alma humana e a fraternidade do homem que era a mensagem real de Jesus? 13
Uma Teologia da História
Concordando com a herança judaico-cristã, a teologia da Unificação afirma que a história se move na direção de um objetivo positivo. De acordo com a Bíblia, Deus criou Adão e Eva para serem os Verdadeiros Pais da humanidade. Se eles tivessem continuado em comunhão com Deus e resistido à tentação de Lúcifer, seus descendentes teriam habitado no reino do céu ideal na terra, simbolizado no Gênesis pelo jardim do Éden. Portanto, o propósito de Deus para a humanidade é que cada indivíduo viva uma vida útil e alegre, e que todo o nosso mundo esteja preenchido com justiça, harmonia e paz.
A despeito de toda a tolice, injustiça e busca egoísta do prazer pelo homem, Deus ainda está determinado a realizar Seu propósito original de criação. Independente de nossos pecados, o amor de Deus permanece firme. Assim, Ele tem direcionado o curso da história a fim de restaurar o homem e a natureza ao seu estado original. 20
Diversas Interpretações de Pecado
Para entendermos a doutrina cristã de pecado é importante olharmos para seu desenvolvimento histórico. Três definições clássicas de pecado foram produzidas na tradição judaico-cristã. Primeiro, pecado era interpretado como uma violação consciente das leis reveladas de Deus. Os homens pecam quando desobedecem aos mandamentos de Deus dados para Moisés, ou a nova Lei proclamada por Jesus. Segundo, o pecado tem sido explicado por Paulo e Agostinho como a natureza decaída comum do homem. Pecamos porque somos filhos concupiscentes de Adão e Eva rebeldes. Terceiro, durante a Reforma, pecado foi definido como um portão de infidelidade na medida em que carecemos de confiança em Deus.
A Realidade e Natureza de Deus
A teologia da Unificação afirma que Deus tem ambas as qualidades masculina e feminina baseado no fato universal da polaridade e no registro bíblico (Gen. 1:27). Esta crença faz o Princípio Divino muito diferente da maioria das interpretações convencionais da fé cristã. A teologia da Unificação começa com o fato da polaridade como a principal pista para o entendimento da natureza essencial de Deus. Por isso, ela não está primariamente interessada em defender a doutrina trinitária das crenças do século IV. Nem se assemelha ao Protestantismo liberal comum que simplesmente afirma a Paternidade de Deus, a irmandade do homem e a liderança de Jesus.
No século XIX, a crença no Deus Pai-Mãe suscitou uma grande quantia de críticas. Quando Ann Lee, a fundadora dos Shakers, e Mary Baker Eddy, a descobridora da Ciência Cristã, ensinavam que Deus tinha ambas as qualidades masculina e feminina, elas eram frequentemente denunciadas como hereges. Entretanto, desde o nascimento do movimento de liberação das mulheres, o clima intelectual mudou bastante. Muitas pessoas agora reconhecem a natureza restritiva de um conceito exclusivamente masculino da deidade. Como insiste a teóloga Mary Daly, o teísmo moderno deve ir Além do Deus Pai. Possivelmente a ênfase contemporânea sobre os valores únicos da “mística feminina” nos ajudará a apreciarmos a polaridade na Divindade.
Mas que evidência há para esta ideia? Que motivos existem para abandonar a visão Cristã Tradicional que Deus é masculino ou a noção muito comum que Deus transcende masculinidade e feminilidade. 2
Vivendo em Dois Mundos
Todas as religiões ensinam que o homem é um habitante de dois mundos. Além do mundo visível aberto aos nossos sentidos físicos, existe uma realidade espiritual. Este mundo não terrestre pode ser sentido e percebido, o que significa que ele é tão real e importante quanto a realidade da experiência sensorial comum. 51 Como muitos estudos objetivos têm demonstrado, a existência desta dimensão espiritual pode ser demonstrada a partir de evidências parapsicológicas, as quais parecem indicar uma interação regular entre os mundos físico e extra-sensorial. Por esta razão o Princípio Divino compara esse relacionamento com a polaridade de mente e corpo. 52 Se a mente é projetada para direcionar e controlar o corpo, o mundo espiritual está destinado a utilizar o mundo físico para alcançar seus mais elevados objetivos. Como o homem não pode realizar suas plenas potencialidades sem se unir com Deus, o mundo visível não pode realizar seu verdadeiro valor a menos que ele forme um relacionamento contínuo positivo com o mundo espiritual.